Vocês viram que o Felipe Neto foi discursar na... Unesco? O que é uma unesco?
Não importa muito. O fato é que essa figura agora tem poderes reais sobre a internet e fala em coisa tipo "constituição online". Os tempos serão terríveis, horríveis, dantescos.
Felipe Neto é o exemplo perfeito de tudo que deu errado com a internet. Nesse episódio falo de coisas que moveram a internet para o estado atual dela. Poucos lembram do papel que alguns shows de televisão para crianças tiveram nisso, especialmente iCarly e Manual de Sobrevivência Escolar do Ned. Então eu falo de como a internet foi de sua era de ouro nos anos 2000 para o que quer que temos hoje em dia.
Mas não falamos só de desgraças. Se você olhar bem a thumbnail, verá que tem um anjo, que é o grande Norm Macdonald vindo nos iluminar no inferno do Felipe Neto. O melhor usuário da história do Twitter contra o pior usuário da história do Twitter.
Não fiquei tão satisfeito com esse episódio, mas pode ser porque gostei muito dos anteriores. Pelas estatísticas, me parece que as pessoas gostam mais de episódios ruins, então... veremos.
Eu não ia postar esse episódio hoje, mas aconteceu algo que eu não esperava.
A Débora, ou Debs, do Olá Bocós postou um vídeo sobre O Idiota exatamente um dia antes de quando eu planejava postar isso aqui. Eu já estava falando sobre o livro no Twitter tinha tempo, e me dei ao luxo de fazer um tweet dizendo que ela tinha arrancado meus 4 ouvintes e estava me plagiando. E ela me respondeu, o que foi maravilhoso da parte dela.
Como ela queria ouvir, tratei de postar logo, afinal não é uma oportunidade que aparece sempre, então estamos aqui: postando um episódio imediatamente antes do jogo do Botafogo. Quase herético.
Agora, sobre o livro em si:
Pra variar, mais uma leitura incrivelmente edificante e dolorosa do Dostoiévski. Eu acredito que todos deveriam ser mais como o protagonista, o Idiota, príncipe Mishkin. Ele não é exatamente idiota, mas puro, puro como uma criança. O livro tem várias ideias extremamente complexas, masdentre as que discuti, temos: uma ansiedade social muito grande associada às infinitas festas da nobreza (viver em sociedade é algo duro demais nesse livro, como na vida real), a importância das coisas terem um apelo estético, niilismo (como sempre com o Dostô), pena de morte, Catolicismo...
Eu fiquei realmente orgulhoso desse episódio, e se alguma pessoa aparecer por aqui por causa dele espero dar pelo menos uma boa impressão.
Na descrição do vídeo no Odysee e nas plataformas de podcast eu citei todas as minhas referências preparando esse episódio, mas deixo aqui uma que trata de um tema que eu falei bastante, mas não usei de fato na pesquisa: um texto sobre a santidade das crianças em O Idiota.
Espero que gostem.
Talvez eu esteja sendo ingênuo demais, ou infantil demais em esperar que aconteça algum boom no podcast por causa dessa possível (ainda nem aconteceu) divulgação, mas não quer dizer que eu não deva fazer o negócio direito, especialmente se tratando de uma obra tão profunda quanto essa. E acredito que esse espírito está na obra também.
Se quiserem ver o vídeo da Debs também, afinal claramente ela precisa da minha divulgação:
Eu estou adquirindo o hábito de ver mais filmes. Recentemente assisti dois, algo que é muito raro para mim, e eu realmente quis falar de um deles por ser mais desconhecido e ser uma influência sobre o Bob Dylan.
Se trata de The Robe, filme de 1953, sobre um soldado romano que crucificou Jesus, e a jornada espiritual dele. Excelente filme, consigo enxergar como que influenciou o Dylan, como comento no episódio.
Dito isso, eu apressei a gravação desse podcast porque eu tinha que comentar um sonho — um sonho bizarríssimo.
Escola-prisão, crack, fugitivos, e o Pânico (ha! Ha! Parabéns, Zé!), seja lá o que o pânico for. Leis da física não existiram nesse sonho, e da lógica também não.
Estou escrevendo esse post literalmente enquanto o Botafogo está perdendo para o Flamengo então vou parar por aqui. Simplesmente intankável o botafoguil.
Estou postando menos esse mês porque está tudo absurdamente correndo. Estou vivendo no absurdo. Dito isso, nesse episódio falo sobre coisas extremamente comuns: burocracia, sofrimento, e ter vontade de fazer lives. Sim, eu sei que falo que sempre quero fazer mais lives, e é verdade, mas é um pouco difícil quando não aparece muita gente. E eu não tenho muito tempo pra jogar.
Eu melhorei muito meus hábitos esse mês, provavelmente muito por causa de necessidade, aliás. O mês tá apertado e difícil, o que exige disciplina da minha parte. Sabem o que não teve disciplina? Botafogo vs Vasco. Isso teve certa indisciplina, mas convenhamos que Campeonato Carioca é meio que foda-se.
Mandem emails, gostaria de continuar interagindo com pessoas. Têm alguma sugestão? Falem. Sempre falem.
Nesse episódio eu falo sobre o título desse post — inteligência artificial ser superestimada. Duh. Mas, mais do que isso, eu elaboro um pouco sobre.
Em primeiro lugar, nos já temos contato com resultado de Machine Learning e inteligência artificial todos os dias. Sabem aquele site de pesquisas... o Google? Então. Os resultados das buscas dele são gerados por métodos de Machine Learning, e isso explica por que eles são tão ruins. Sabem o Youtube, sugerindo as mesmas coisas o tempo inteiro para você, mesmo quando você pesquisa na barra de pesquisas? Idem.
As únicas pessoas que se sentem ameaçadas por IA são... substituíveis, honestamente. Ao menos seus trabalhos. Elas têm de ter uma crise de consciência muito grande para voltar para a realidade.
Não quero fazer como o Michael Malice e dizer que a esmagadora maioria das pessoas não tem alma, mas é difícil não pensar nisso quando vejo gente preocupada com competição de streamers de IA, ou código gerado por IA, ou o que for.
O Pedro Sette-Câmara gabaritou.
Mas sabe o que IA faz muito bem?
Cria histórias hilárias sobre a Anitta, o LinkedIn, a Mesopotâmia antiga, dragões e bruxas!
De qualquer forma, falei sobre mais um assunto.
Tenho passado por uns dias difíceis (aceitamos doações!!!! xDDDD) e, por causa disso, resolvi fazer algo que eu deveria ter feito há muito tempo: investir na minha vida espiritual. Falei das minhas primeiras experiências como adulto dentro de uma igreja católica nesse episódio. Não vou mais falar tanto sobre esse assunto, a não ser que eu ache importante mencionar, mas gostaria que soubessem que estou buscando algo espiritual.
Se são antigos ouvintes do KrameriCast, sabem que ainda em 2020 eu tive um sonho completamente bíblico, eu narrei em um dos 10 primeiros episódios. Desde então, eu deveria estar procurando algo assim. Veremos como será. Peço que rezem para mim, e eu rezarei por vocês também.
O título é real, e tem a ver com eles serem burros demais.
Mas o episódio não foi só sobre isso.
Eu comecei falando sobre a WHITE PILL e o GÊNIO Michael Malice. As coisas podem sempre ser piores do que estão, e talvez seja muito pessimismo achar que elas só pioram. Já deram uma olhada na história, sei lá, da União Soviética?
Ler histórias deprimentes, especialmente se reais (e falo isso no sentido mais generoso o possível, da mesma maneira como Crime e Castigo é real), é um antídoto maravilhoso para a dor da existência. Peguem para ler Dostoiévski ou Frankl e vão entender do que falo.
Agora, sobre o tema do título, eu tive uma realização vendo uma entrevista do dr. Darren Staloff sobre arte revolucionária e a estagnação das artes hoje em dia. A direita é muito burra porque ela não sabe do que está falando ou o que está fazendo! O que a direita chama de arte é puramente um fetiche estético!
Consegui conectar ideias do Zappa, claro, como sempre, do Staloff e do Mircea Eliade, o historiador de religiões mais pica que já existiu. Gostei muito dessa ideia e talvez eu elabore ela eventualmente.
Gostei desse episódio e recebi feedback positivo dele vindo do César Avolio, do Quinau, que já sugeri outras vezes. Isso quer dizer que deve estar bom!
Vocês interagem com mendigos? Falei disso também.
sáb, 28 jan 2023 19:49:29 -0300
Qual o limite do homem para ir atrás de uma mulher?
Essa é a pergunta que tento responder junto com o amigo Red, primeiro convidado repetido do KrameriCast, aparecendo pela primeira vez desde o episódio 19, que já tem um ano e meio.
O tema desse episódio era mulher maluca, todos nós conhecemos esse espécime capaz de atear fogo em suas roupas, seus móveis e até mesmo seu corpo. Alguns episódios atrás, mencionei as Mugshawtys, e assim que falei daquilo sabia que o tema poderia render muito mais caso eu chamasse o amigo em questão para conversar sobre o assunto.
De fato, temos histórias sobre uma menina correndo atrás do namorado e da própria mãe com uma foice, egirls, góticas em todos os sabores de ausência paterna.
Na análise das nossas queridas mugshawtys, só fica uma pergunta: você iria em uma sequestradora de segundo grau, agressora que já tinha mantido um rapaz em "cativeiro" após praticar-lhe felação e, ainda, o esfaqueou? Tenho certeza que é só um mal-entendido!
O título não é exagero, eu vou falar sério agora. Sexta-feira aconteceu algo bizarro com o Monark, que eu curiosamente tinha ouvido não muito tempo antes, até cheguei a falar sobre no último KrameriCast. Na verdade, não foi só com o Monark, mas o Monark é o mais "gente como a gente" dentre os afetados: todos tiveram suas contas do Twitter censuradas no Brasil, além de terem canais derrubados ou afetados em plataformas como o Twitter e do Telegram e tal.
Existe na cabeça dos usuários do Telegram uma ideia de que é uma plataforma segura, privada ou coisa do tipo. Isso nunca foi o caso. O Telegram é uma plataforma marginalmente melhor que o WhatsApp em termos de segurança porque, apesar de não ter E2EE (end-to-end encryption) tem servidores descentralizados e um dono infinitamente menos autoritário que o Mark Zuckerberg. Em termos práticos, também, é inquestionavelmente superior ao WhatsApp, tendo muito mais bots, muito mais funções e informação. Mas isso nunca quis dizer que era uma plataforma segura. A única coisa segura do Telegram é, na verdade, o chat secreto. Esse sim, é impossível de ser visto fora do celular, não dá para sequer tirar print, encaminhar mensagens ou o que for. Mas como eu disse, as mensagens comuns nem E2EE têm.
Nos últimos anos foi criada uma narrativa absurda sobre o Telegram envolvendo política, supostamente a "extrema"-"direita" se localizava em grupos de ódio todos no Telegram. Figuras como Allan do Santos foram perseguidas e, na cabeça do público, o Telegram era uma espécie de refúgio de extremistas políticos.
Claro, nós sabemos que não eram extremistas de forma alguma, como já citei várias vezes no KrameriCast os verdadeiros extremistas conseguem se dar bem entre si, ou pelo menos muito melhor do que as pessoas com visão de lugar comum. Mas não importa muito a realidade, o que importa é que a percepção das pessoas é essa, e culminou com pessoas relativamente comuns, como o Monark, sendo censuradas no Brasil.
No caso do Telegram, foi uma censura particularmente ruim. Para ter uma conta no Telegram, ao menos até agora, é necessário ter um número de celular associado à conta — lembrem-se que, no Brasil, isso significa ter seu CPF associado à conta — e isso permitiu que todos os números com código brasileiro não pudessem receber mensagens do canal do Monark, e de qualquer outro que tenha sido censurado também. Ao contrário do Twitter, não é uma questão meramente de usar VPN para driblar a censura, porque a nãos er que você tneha comprado uma linha gringa, ainda tem um "+55" no começo do seu número de celular.
Eu vivo reclamando, ironicamente, das pessoas que reclamam de tudo, e esse post é mais ou menos nessa linha: em vez de reclamar de tudo, faça alguma coisa. Repito,
Em vez de reclamar, faça alguma coisa!
Já existem alternativas ao Telegram e eu ensinei como começar a usá-las. Eu sei que essencialmente em todo episódio do KrameriCast eu digo para entrarem no canal do Telegram e tal, mas vou começar a dizer: vão para o espaço do Matrix.
Matrix é, essencialmente, um protocolo de troca de mensagens que pode rodar em diferentes aplicativos. Não tem nada centralizado, impedindo que pessoas como o excelentíssimo sr. juiz Alexandre, o Glande, possam fazer qualquer coisa para censurar. Não tem como ter censura por causa da tecnologia utilizada. Em suma, Matrix é um projeto FOSS (free and open-source software), isto é, tem código aberto e está seguindo os princípios de software livre, que funciona de maneira similar ao Git. Não existem servidores centralizados, as pessoas que quiserem podem fazer seus próprios ou escolher dos disponíveis para todos. Além disso, tem bridges para fazer comunicação com outros aplicativos de comunicação como Discord e Telegram. Além disso, por ser FOSS, ainda existem diferentes clients (aplicativos, essencialmente) para serem usados, que tem estética completamente diferentes. Vários dos clients estão disponíveis também no site do Matrix, na página para clients. É tão versátil que existe client do Matrix até para Nintendo 3DS!
Sei que pode soar extremamente complicado, mas não é.
Para o usuário médio, a experiência de usar Matrix é a mesma de usar um Telegram ou Discord da vida: você baixa um aplicativo, cria uma conta e começa a usar livremente. Fim. Não tem mais segredo.
Eu fiz um vídeo falando sobre isso, vou deixar ele aqui. Sei que não é comum eu falar sério sobre as coisas, e mesmo nesse vídeo meu tom não foi exatamente sério, mas algo mais direto ao ponto, mas o que estou tentando dizer é: se protejam. Sigo não sendo particularmente otimista com o futuro do "país", na medida que essa coisa abstrata influencia todos nós, mas não quer dizer que não tenhamos algum dever de fazermos o melhor para nos protegermos de tudo, ou então vamos nos tornar só mais alguém reclamando de maneira vazia e improdutiva.
Começou a purificação do Brasil no dia 8 de janeiro.
Sim, sim, eu sei que as coisas só vão piorar, mas é basicamente isso mesmo, assim que começa a purificação — um batismo pelo fogo!
Apesar do drama todo, que tem fundamento, não falei quase nada de política.
Falei sobre a beleza de criptomoedas, comentei levemente sobre um debate antigo dentre economistas do século XX (basicamente, monetarismo vs dinheiro livre).
Aliás, sabiam que Friedrich Hayek acreditava que a mídia — sim, a mídia — poderia ser responsável por manter transparência de emissores de moeda? Talvez nos anos 60, mas hoje em dia só dá pra confiar na blockchain e em projetos abertos.
De qualquer forma, falei sobre o grande Rasta e os Acadêmicos de Milton Friedman, por causa da entrevista que o primeiro deu ao Monark Talks — episódio bom, sugiro bastante —, e pintei mais ou menos um quadro de como foi meu ensino médio ouvindo esse tipo de coisa e vivendo numa época onde ainda dava para se ter opiniões e expressá-las.
Por fim, falei de documentários sobre o Bob Dylan que ouvi recentemente e, também, sobre Carla Bley. Recebi meu primeiro email aqui pro podcast e ele foi sobre Carla Bley. Muito, muito bom.
Mas eu vi "vlogs" e vídeos caseiros dessa época, além de ver como era a televisão. Isso é suficiente.
Eu assisti ao documentário Amy, que eu postergava há 7 anos, vi uma entrevista nova do Dylan e criei uma conta no Tinder para fazer esse episódio. Não valeu tanto a pena.
Eu gostei bastante desse episódio, acho que comecei 2023 (caramba, já estamos em 2023) com o pé direito. Vamos ver como serão os próximos episódios.
Vou tentar voltar a fazer lives, se o Odysee cooperar e eu parar de dropar frames sem motivo. Nem que seja só fazendo projetos pessoais no R ou coisa do tipo, quero ver se movimento um pouco mais o canal.